Um andarilho, calvo e barbudo, contou-me
que
Quando uma estrela cai é sinal de que uma
alma
Subiu aos céus e, logo em seguida, outro
astro surge,
Nascendo uma nova criatura na terra, o ser
Novae.
Disse-me também que quando contamos
estrelas,
Apontando para elas, verrugas surgem em
nossas mãos
Caso, por descuido, apontemos para as anãs
castanhas,
Almas perdidas daqueles que desafiam a
ordem, a moral e
Os bons costumes. Subversivos que atentam
contra a sociedade.
Nunca mais avistei o velho viajante
Em suas jornadas de peregrinação.
Provavelmente cansou-se de sua missão
Por ver que o mundo está a mudar
E que dezenas de novas "anãs
castanhas" brotam no céu
Sem disseminar qualquer verruga nas mãos
que constroem o mundo.
Mas, por trabalharem e sofrerem
demasiadamente,
Essas mãos estão infestadas de calos
massudos.
Mãos, e pés, e tronco, e corpo de
guerreiros
Cujas almas são, na verdade, estrelas
gigantes
Da Constelação Germinante.
Somos todos poeiras de estrelas,
Contudo, uns produzem muito mais energia
que outros.
Vinni Corrêa
26 de julho de 2007
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NGC 1579: A Nebulosa Trífida do Norte |
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PSR J1740-5340 |