Demorei tanto tempo para dizer que te amo
Mas estou a dizer agora
Mesmo que há alguns anos atrás isto não parecesse verdade
Quero que saiba que tudo o que eu sempre fiz
Foi para proteger-te
Foi para o teu bem ainda que eu o fizesse
De uma forma equivocada
Mas acredite
Sempre quis que tu seguisses um caminho
Que não te magoasse um caminho que eu mesmo
Muitas vezes não havia trilhado
Maninha
Lembro-te ainda bebê sendo banhada por nossa mãe
E eu ajudava segurava tua pequena cabecinha
Lembro da bagunça que fazias no quarto
A briga para apagar a luz e a TV na hora de dormir
A briga para dizer que não havia quebrado o vaso de planta
A briga para ver quem ia pro banho por último
A briga sem motivo
Tantas brigas, brigas que se tornavam lutas
De tu a morder-me arranhar-me e a puxar meus cabelos
E eu a socar-te torcer-te e a imobilizar teus braços
Parecíamos mais inimigos do que irmãos
Maninha
Foi quando te vi internada em um sono profundo
Naquele hospital e o medo de perder-te para sempre
Que percebi o quanto de culpa eu tive
Pela nossa infância marcada por desunião
O quanto fui responsável por fazer-te agir
Da maneira que agias
Faltou da minha parte um pouco de carinho e compreensão
Mas juro que amor não faltou
Faltou atenção faltou respeito
Mas amor não
Às vezes o amor também machuca
Maninha
Venho hoje exatamente hoje
Depois de 25 anos e 14 dias
Pedir-te perdão por tudo o que eu tenha feito
Que possa ter magoado a ti
Sou ser humano e neste aspecto errei
Hoje estou feliz por saber que também estás feliz
Que conquistaste muitos dos teus sonhos
E que conquistarás ainda mais
E se era o que eu desejava antes que tu estivesses longe
Hoje desejaria que estivesses bem próxima
Como ainda estás em meu coração
Vinni Corrêa
22 de abril de 2011